Entrevista a Bruno Massaroco

A entrevista que se segue é sobre Bruno Massaroco, natural da Ilha de São Miguel, Açores. Uma pessoa com uma história incrivel e super inspiradora. Uma entrevista que deixa qualquer pessoa com o coração cheio. Aqui são falados temas como bullying, homossexualidade, meditação e entre outros tantos.
1. Quem é o Bruno?
R: Alguém que busca todos os dias ser melhor do que ontem. Alguém que tem vindo a
questionar-se todos os dias. Esse mesmo alguém que sente intensamente. Um
sonhador. Que tem defeitos e qualidades como qualquer outrem.
2. Se pudesses, mudavas algo em ti?
R: Sim, mudava. Todos os dias, eu busco em ser melhor do que ontem.
3. Por teres medo, algum dos teus sonhos não foi realizado?
R: Alguns dos meus sonhos não foram realizados, não foi pelo medo, mas sim por outros
fatores ou porque não era o momento certo para acontecer.
4. Se tivesses que te caracterizar numa palavra qual seria? Porquê?
R: Eu, caracterizo-me como alguém muito sensível, sinto tudo de forma tão intensa.
5. Quando descobriste que eras homossexual?
R: Eu descobri que tinha uma orientação sexual diferente quando comecei a sentir-me atraído
por alguém do sexo masculino.
6. Ao ouvir o podcast da Inês Pinto em que participaste, falas-te no facto de te teres
assumido recentemente. Assumir-te ainda te faz alguma confusão?
R: Eu assumi a minha orientação sexual perante aos meus em 2017. Quanto à tua questão, não
faz-me qualquer confusão, porque trata-se da minha verdade, é o que realmente sou.
7. Qual foi a reação das pessoas á tua volta, quando souberam que eras homossexual?
R: A reação por parte dos meus, considero que tenha sido positivo. Face à reação dos
meus pais é que não foi de todo boa, porque sou filho único e idealizaram-me a ter
uma namorada, ter filhos, etc. Atualmente, aceitam-me tal como sou.
8. Queres deixar, algum conselho a alguém que neste momento está a começar a viver
neste "mundo"?
R: O conselho que posso dar a essas mesmas pessoas é que sejam sempre a vossa
verdade. Há momentos menos bons em que achamos que não tem fim, mas tudo
passa. Os verdadeiros vão estar lá, sempre.
9. Como foi a tua infância?
R: Sinceramente, recordo-me pouco da minha infância, o que eu sei é através de
fotografias dos álbuns e pelo que os meus pais, restantes familiares e conhecidos
contam-me. Através dessas mesmas fotografias e pelos relatos, considero que tenha
sido uma infância feliz.
10. O Bullying entrou na tua vida em que aspetos?
R: Há vários tipos de bullying, o bullying físico, verbal, cyberbullying, psicológico.
Infelizmente, já sofri de todos os que mencionei, principalmente, na minha
adolescência. Há marcas interiores que ficam. Para sempre.
11. Alguma vez pensas-te que eras forte o suficiente para dizer basta?
R: Sim, em algumas circunstâncias da minha vida já disse um "Basta!", foi muito
essencial, principalmente em situações que foram muito desgastantes para mim
psicologicamente.
12. Quando entrou na tua vida a meditação?
R: A meditação, surgiu na minha vida numa fase menos boa que eu atravessava e até
hoje, a meditação está presente na minha vida.
13. Praticas meditação com que regularidade?
R: Eu, vou ser te sincero, eu não pratico todos os dias.
14. Vês na meditação uma cura?
R: Eu, não considero que a meditação seja uma cura. Ao praticar a meditação faz-me
desacelerar a mente, descontando-me do exterior e conectando-me com o meu
interior, o meu EU.
15. Acreditas que existe um Bruno dentro de ti, diferente daquele do passado?
R: Sem dúvida, fisicamente e mentalmente.
16. Acreditas que é no passado que conseguimos construir quem somos agora no
presente, verdadeiramente?
R: O passado, foi essencial para eu ser a pessoa que sou no presente. Sou muito grato por
tudo o que já aconteceu-me. A todas as situações, às pessoas que fizeram parte da
minha vida, que tornaram-se grandes mestres, ensinando-me lições.
17. De todos os projetos que realizaste/participas-te até agora, qual te deu mais piada
de realizar/participar?
R: Todos os que já envolvi-me. Primeiramente, quando recebo qualquer convite para
contribuir/participar, pretendo saber em que consiste, explorar mais sobre o projeto e
se realmente identifico-me. Se sim, entrego-me totalmente.
18. Acreditas que vai ser fácil alcançar os objetivos que tens definidos?
R: Sou um ser humano muito sonhador, tenho muitos objetivos/sonhos definidos. Alguns
destes mesmos objetivos/sonhos são fáceis de alcançar e outros não de todo fáceis de
alcançar. Acredito que eu vá conseguir concretizar todos eles, no momento certo e
não pisando qualquer pessoa para os atingir.
19. De que forma vês o trabalho que tens desenvolvido?
R: Tem sido muito gratificante ler/ouvir o feedback de todos os projetos em que envolvi-
me, desde dos lives que fiz no instagram com convidados/as que inspiram-me ao
episódio podcast do projeto da Inês Marçal Pinto.
20. Neste momento quais são as tuas maiores ambições?
R: Pode parecer cliché, mas é ser feliz. Sempre.
21. Gostarias que o teu trabalho chegasse ao outro lado do mundo?
R: Sabes eu fico imensamente grato e contente se pelo menos os meus projetos inspirarem uma
pessoa.
22. Gostarias de trabalhar com alguém e ainda não tiveste oportunidade?
R: Sim, mas quero acreditar que vá surgir oportunidades para trabalhar com essas
mesmas pessoas com quem ainda não tinha o privilégio de trabalhar.
23. Qual será a primeira coisa que farás, quando acabar este confinamento?
R: Assim que acabou o confinamento obrigatório, eu fui ver o mar. Sentia tanta falta.
24. Ligas ao que as pessoas falam sobre ti?
R: Não vou negar, eu absorvo as opiniões dos outros quanto a mim.
25. Tens saudades de alguém?
R: Sim, com o tempo atenua.
26. Acreditas que agora és uma pessoa mais forte?
R: Eu, tenho vindo aperceber-me de que sou uma pessoa muito forte, face a todas as
situações que já ultrapassei.
27. Termino esta entrevista com uma pergunta/desafio das minhas cartas: "Vamos fazer
deste mundo um mundo melhor?"
R: Todos os dias, eu busco contribuir para um mundo melhor. Quero acreditar que cada
vez haja mais pessoas a consciencializarem dos seus atos.
Por fim, quero agradecer a ti, Rúben pelo facto de me convidares a integrar no teu projeto,
sendo um dos entrevistados, abordando determinados assuntos da minha vida. Que a
entrevista sirva de inspiração para todos os que vão ler.