Entrevista a Pedro Gonçalves

 A entrevista que se segue é ao cantor Pedro Gonçalves, um sucesso dentro do panorama da música nacional Portuguesa. Caracteriza-se como uma pessoa sonhadora, que traça os seus objetivos e que aparece para os conquistar. Em 2012 estreia-se no Youtube com versões dele a músicas conhecidas do publico, passando assim a conquistar cada pessoa que assistia os seus vídeos. Fiquem a conhecer um pouco sobre o Pedro Gonçalves. 

1. Quem é o Pedro Gonçalves?

R: O Pedro Gonçalves é o meu sonho na música a ser materializado. Sempre foi confuso para mim de responder a essa pergunta, se seria alguém diferente de quem eu sou, mas hoje em dia acredito que é uma parte de mim. Não sou eu, a 100%, mas é uma parte de mim. Eu sou a pessoa que sonha e traça os objetivos. O Pedro Gonçalves é quem aparece para os conquistar.

2. Como imaginas a tua carreira daqui a 5 anos?

R: Cada vez menos gosto de me prender a essas datas. Imagino-a como ela quiser acontecer. Eu vou estar a trabalhar, dedicado a 100% como sempre, a cumprir os meus objetivos. Mas já deixei de forçar algo a acontecer. Faço com que as coisas aconteçam, mas acredito que cada objetivo tem uma hora natural para ser. Então, deixo apenas fluir. O meu próximo passo é o lançamento do meu 1o álbum. Daqui a 5 anos... quem sabe? Só posso lutar para que seja sempre tudo melhor.

3. Como começou a tua carreira musical?

R: Começou em 2012, ao lançar vídeos no YouTube. Versões minhas de músicas bem conhecidas, ou que eu adorava ouvir e me identificava. O que antes era uma brincadeira, uma paixão, começava a tornar-se algo mais sério. Já não eram só intervalos da escola a tocar guitarra e a cantar para os amigos, era um vídeo público, na maior plataforma online de vídeo do mundo, que qualquer pessoa podia ver e comentar.

4. Em 2018 lanças o teu primeiro single "Beija-me" no qual participa David Carreira. Quais foram os maiores desafios para esse single?

R: Não me lembro de ter sido algo particularmente desafiante. O David é uma pessoa incrível, mega trabalhadora e muito fácil de trabalhar! Disponibilizou-se desde o primeiro segundo a ajudar em qualquer coisa que fosse necessária. Foi tudo muito simples e muito natural.

5. Que tipo de destaque foste ganhando depois do teu segundo single "Tempo", começar a ser tocado numa novela da televisão portuguesa?

R: O melhor destaque da música que fazemos começar a ser tocada numa novela da televisão portuguesa, ao contrário do que inicialmente pensava, não são mais números ou seguidores nas Redes Sociais! É um reconhecimento maior, fora desses mundos. Por exemplo, no Instagram ou no TikTok eu consigo chegar, digamos, à Maria. No entanto, eu nunca chegarei à avó da Maria através desses meios. Se a minha música tocar numa novela, a avó da Maria provavelmente vê a novela, vai ouvir a minha música e vai-me passar a conhecer. Não me vai seguir nas Redes Sociais, não as tem! Mas conhece o meu nome. Sabe o que faço. E esse é um trabalho mais difícil, conseguir chegar a pessoas que não estão tão presentes nos meios onde trabalho mais, neste caso, os meios digitais.

6. Como é para um artista ter 2 Discos de Ouro?

R: É fantástico! Um sinónimo de trabalho a ser reconhecido. Sempre sonhei com isso desde que comecei a fazer música. Saber que a música que escrevemos tocou tanta gente, que fez match com tanta gente... É inexplicável! E só dá vontade de trabalhar sempre mais e por mais.

7. Muito recentemente lanças "Para Além de ti", na letra falas sobre nada ser eterno e recomeços. Esta letra é sobre uma perda importante?

R: É mais sobre uma conquista do que uma perda. É sem dúvida um recomeço, um recomeço no amor. Começar uma nova relação, depois de várias tentativas falhadas com outras pessoas, mas com uma nova visão do que queremos. Sabemos que nada é eterno. Já não olhamos para a pessoa e dizemos "isto é para sempre!". Agora dizemos "não há mais para além de ti!". És tudo o que eu quero neste momento, mas não sabemos o dia de amanhã. Só quero viver o agora. Só isso importa.

8. Como funciona o teu trabalho criativo?

R: Foi mudando muito ao longo destes 11 anos... Comecei por ser uma pessoa solitária. Pegava na minha guitarra e fazia músicas. Mais tarde, produzia os meus instrumentais e fazia música. Sempre tudo no meu quarto. Hoje em dia gosto de me rodear de amigos e colegas da música, que partilham a mesma paixão que eu, e fazer (muita) música boa. Pedir e saber ouvir opiniões, sempre na busca da melhor maneira possível.

9. Onde mais gostas de escrever?

R: No estúdio, sem luzes muito fortes ligadas! Ou num lugar calmo e isolado, como a montanha.

10. És sempre o compositor das tuas músicas?

R: Sim! Mesmo que não seja o único compositor, para mim não faria sentido não ajudar no processo de escrita. A não ser, como há o caso, de uma música que irá sair no meu álbum chamada "Universo". Foi inteiramente escrita por um amigo meu, o Rui Alves (também conhecido como Isaac Goge) e eu gostei tanto que lhe pedi a música. Que a produzia, mas que a adorava lançar. É uma história que ele soube contar melhor que eu.

11. Quais os artistas que mais influenciam o teu trabalho?

R: A nível musical, o artista que mais me influencia é o Kanye West. Relembra-me a não ter medo de arriscar algo novo, ou algo que "não é moda" mas é aquilo que sentimos. Não ter medo de estar numa direção diferente da corrente. Mantermo-nos fiéis ao que acreditamos e sentimos.

12. O que escondes através de um sorriso?

R: As minhas dores. Como todos nós escondemos. E elas nunca irão desaparecer! Vão estar lá sempre presentes. Cabe-nos a nós decidir: deixamos que elas transpareçam no nosso sorriso e o estraguem, ou vamos resolvê-las e deixar que apenas existam, como cicatrizes que nos lembram de quem somos e do que merecemos?

13. Que história da tua carreira até a atualidade te marcou mais?

R: A acusação de plágio, na minha participação no Festival da Canção de 2021. Mais propriamente a forma como lidei com a situação. Mas estava num sítio muito mau, estava doente e teve que acontecer como aconteceu. Hoje em dia, seria algo muito mais leve.

14. Já te confundiram com outro artista?

R: Não que me recorde! Apenas trocarem-me o nome. Chamarem-me de Pedro Sousa, Pedro Fernandes, Tiago Gonçalves.

15. O que diz os teus olhos? 

R: Estás seguro aqui.

16. Como foi participar no Festival Da Canção?

R: Das duas vezes, tive duas experiências incríveis. A honra de conhecer nomes gigantes do panorama musical português, pisar o palco que sempre sonhei em pisar quando era criança. Acredito mesmo que "à 3a é de vez". Que um dia vou voltar.

17. Acreditas que a participação no programa "The Voice Portugal", ajudou-te a enfrentar alguns medos e receios que pudesses ter?

R: Ajudou-me a criar outros medos! Mas sem dúvida que me deu muita bagagem. A processar a pressão das câmaras, dos diretos, das opiniões dos outros, do estar a ser julgado por algo que é subjetivo, que é arte. Guardo muitas memórias boas dessa minha participação no "The Voice". E sou muito grato por ter tido a sorte de participar.

18. Como concilias o teu trabalho diário com os conteúdos para as redes sociais?

R: O meu trabalho diário também passa muito pelas Redes Sociais, então é relativamente fácil! Mas, a maior verdade, é que há pouca compreensão e empatia do público geral do que fazemos. E do trabalho que nos dá. Tem prós e contras, como todas as profissões.

19. O que podemos esperar de projetos teus para o futuro?

R: O mais próximo de acontecer é o meu álbum de estreia! Está quase. É o próximo passo natural e necessário.

20. Onde podemos encontrar todo o teu trabalho?

R: Por "Pedro Gonçalves" em qualquer plataforma de Streaming (Spotify, Apple Music, Tidal, etc...) assim como nas minhas Redes Sociais (Instagram: @pedrogoncalves.music / TikTok: @pedromgoncalves / Facebook e YouTube: @PedroGoncalvesMusic). Terei todo o gosto em ver-vos por lá!

21. Se pudesses deixar uma mensagem para alguém, o que dirias? 

R: Não vais ganhar todas as tuas batalhas. Mas luta todas as tuas batalhas.