Entrevista a Rafael Vale

29-08-2020

1. Quem é o Rafael?

R: Bem, o Rafael é uma pessoa muito heterogênea. Isto porque ao longo da vida fui passando por vários acontecimentos e etapas e cada um deles fez me mudar muito alguns hábitos e rotinas, ideais e até mesmo a minha maneira de ser. Neste momento sou o que não fui ontem, mas também sou o que já não serei amanhã. Hoje sinto-me alguém feliz com a vida que pensa que já sabe tudo, mas quanto mais respostas tenho mais dúvidas se formam na minha cabeça. Para além disso também gosto de pensar na minha vida como se ela fosse um conjunto de batimentos cardíacos não só por a cada batimento ser grato por ainda estar vivo, mas também porque num monitor cardíaco o batimento é composto por ondas que formam altos e baixos e a questão é que se não aparecer as ondas isso significa que a pessoa morreu, por isso, acho que a vida só faz sentido quando passamos por altos e baixos constantemente! É isso que nos faz crescer!

2. Consideras-te uma pessoa sentimentalista ou uma pessoa com um coração frio? Porque?

R: Eu sou uma pessoa sentimentalista, às vezes até sinto demasiado. Sempre me custou muito ver e sentir várias coisas, mas o que realmente me causa mais dor no peito é perder ou ver alguém importante para mim perder um ente querido e também me incomoda muito a prática de violência a seres incapazes de se conseguir defender como por exemplo bebés, crianças e animais. É muito triste saber que existem pessoas capazes de o fazer...

3. Como vês o teu futuro?

R: Não faço a mínima ideia do que o futuro me reserva, mas espero que me traga muitas coisas boas e se não trouxer espero que as coisas más por muito más que possam ser me façam alguém mais forte. O que mais desejo neste momento para o futuro próximo é conseguir estar no curso que sonho, ter a carta de condução e começar uma relação com alguém que juntos sejamos capazes de crescer e nos fazermos mutuamente felizes.

4. A dança entrou em que momento da tua vida?

R: A dança entrou na minha vida comigo já a querer dançar no ventre da minha mãe. Infelizmente, só há 5 anos a ver um programa de dança na televisão é que comecei a sentir realmente que a dança era algo que me corria nas veias e um ano depois entrei para o grupo de dança no qual ainda estou hoje.

5. Na dança que estilos é que mais gostas de praticar?

R: Eu adoro estilos alegres que me façam gastar toda a minha energia e libertar toda a minha felicidade em minutos como por exemplo zumba mas sem dúvida que o meu estilo preferido e que marcou sempre a minha vida é o contemporâneo porque para mim é o estilo que me ajuda mais a transmitir quem sou e as minhas emoções.

6. Acreditas que és ambicioso?

R: Eu acredito que tenho muitos desejos e objetivos de vida para realizar. Acho que todos somos ambiciosos a partir desse momento. Sinto que a vida é uma dádiva que nos foi dada e é graças a ela que estamos todos aqui. Então se isto nos foi dado porque não aproveitar a vida da melhor maneira? E para mim sem dúvida que a melhor maneira de a aproveitar é saber apreciar cada momento e conseguir conquistar tudo o que pretendemos para assim sentir na hora da morte que a vida realmente valeu a pena e que chegou a hora certa de partir.

7. Tens sonhos de infância que ainda não realizaste?

R: Sendo eu uma pessoa de mudança, ao longo dos anos os meus sonhos têm vindo a mudar muito. Mas sem dúvida que há dois que nunca, mas mesmo nunca os irei esquecer enquanto não os realizar. O primeiro é tornar o mundo um lugar mais feliz e acolhedor, posso não ser capaz de acabar com uma guerra ou de conseguir erradicar a fome, mas se conseguir tirar um sorriso sincero de alguém já sinto que ajudei. O segundo é conseguir ajudar animais seja com alimento carinho ou um abrigo porque qualquer ajuda por mínima que seja faz toda a diferença.

8. Qual é a pessoa mais importante para ti?

R: Sem dúvida que a pessoa mais importante para mim é a minha mãe. É com ela que eu partilho tudo e me sinto sempre bem, mas claro que também adoro muito o meu pai embora a conexão com a minha mãe seja mais forte. Outra pessoa que também adoro muito é a minha avó porque na altura da escola em que sofri Bullying era ela quem no fim do dia ainda me conseguia fazer sorrir.

9. Acreditas que tudo acontece por alguma razão?

R: Eu não acredito no destino. Tudo acontece graças às escolhas de cada um, são elas que criam o futuro.

10. Se tivesses algum poder magico qual seria?

R: Gostava de ter o poder de conseguir ler mentes. Não para saber o que as pessoas pensam de mim, mas para saber perceber o que as pessoas sentem naquele momento e o que precisam que eu faça para as tornar em pessoas mais felizes.

11. Costumas lutar pelos teus sonhos ou és desistente há primeira dificuldade?

R: Eu no começo luto muito pelo sonho e mesmo que com o tempo não receba bons resultados ou apareçam dificuldades eu continuo a lutar e a dar o melhor de mim, mas com o tempo se sentir que não vale a pena lutar mais acabo a desistir e a lutar por outros sonhos que sinto que naquele momento iriam valer mais a pena.

12. És mais sonhador ou realista?

R: Eu sou mais sonhador e fico muito no meu mundinho a pensar em sonhos e em objetivos de vida que tenho, mas muitas das vezes quando começo a trabalhar para eles e vejo que o caminho é longo e não vale a pena o esforço acabo a ser realista e a deixar algumas conquistas para trás.

13. Houve algum momento da vida em que pensaste em desistir de tudo?

R: Nunca pensei em desistir de tudo. Mesmo que demore, um dia tudo fica de novo bem. Basta acreditar.

14. A vida sempre te sorriu ou tiveste aqueles momentos de tristeza?

R: A minha vida sempre teve altos e baixos e já tive muitos momentos de tristeza, mas sequei as lágrimas, continuei a batalhar e a felicidade voltou.

15. Quando é que o bullying entrou na tua vida?

R: O Bullying entrou na minha vida na altura do infantário, mas na primária é que começou a ser mais grave. Cheguei muitas vezes a casa com pisaduras ou triste com Bullying verbal como me chamarem "Gordo"ou "Girafa" ou até outros nomes e alguns palavrões tudo em mim para eles era motivo para gozar. E eu com aquela idade e inocência de ser criança nunca era capaz de me defender da porrada ou de ignorar os insultos.

16. Como foi ultrapassar isso tudo do bullying?

R: Foi uma batalha complicada porque tive de ganhar coragem para lhes bater para deixar de ser eu a apanhar porrada algo que sempre me custou porque nunca gostei de violência. Quanto ao Bullying verbal foi ignorando os insultos ou muitas vezes brincar com eles que superei, por exemplo, quando me chamavam "Girafa" eu dizia "é por causa de vos ter como fertilizante à minha volta" e outras vezes até dizia "pois sou!" ria me e ignorava os.

17. Acreditas que isso te fez crescer e criar a pessoa que hoje em dia és?

R: Não só isso, mas também outras coisas conseguiram me fazer ser quem sou hoje e quem um dia serei. Aprendi com muitos dos meus erros e sim, também foi graças ao Bullying que ganhei o sonho de querer fazer as pessoas felizes. É muito triste quando eu chegava a casa a chorar a dizer que ninguém gostava de mim nem de brincar comigo e a minha avó tinha de me alegrar. Eu quero conseguir dar aos outros aquilo que ela me deu. Algumas palavras que ela me disse e alguns sorrisos que ela me fez ter é que me ajudaram a superar mais facilmente. Se eu pudesse dizer essas coisas a alguém que está a passar por isso podia ser a ponte de ligação para a superação dessa pessoa.

18. Comenta uma frase que está nos meus trabalhos do Instagram: "O comboio cruza o vento levando a sabedoria da vida!"

R: Quando a nossa vida é invadida por pequenos obstáculos a nossa maneira de viver é alterada em conformidade com a forma mais eficaz de superar esses mesmos obstáculos, mas é com eles que realmente aprendemos mais e mais ao longo da vida tornando-nos, assim, pessoas mais sábias.

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